18 de setembro de 2008

AINDA SOBRE O ESTADO ATMOSFÉRICO

Isto parece um livro do Júlio Verne, com explosões meteóricas, tempestades no mar e raios de sol que se podem tornar verdes em determinados lugares e épocas do ano.
Mas correndo o risco de me repetir, sempre conto que ontem e hoje de manhã, o cinzento do céu de Lisboa me empurrou contra a calçada. Ali andei, rastejando por entre as ervas e o bico dos pombos que já não voam. Estou eu neste estado de espírito, quando reparo em dois e-mails. Um vinha de Chicago, de uma conhecida que me diz a propósito de um projecto que julgava gorado: "Não entregues já o bilhete (expressão idiomática, que se usará certamente na windy city), que eu vou ver o que posso fazer".
E de Berlim, vinha outra, de uma nova leitora, que descobriu os meus livros em visita à vivenda da mãe portuguesa, em Sintra. E que partilha comigo esse encontro feliz.
E perante estas duas mensagens, olho para fora e reparo que o céu abriu de novo mais um pouco. Não está sol,ainda, mas já estou outra vez de pé. E isso é que conta.

1 comentário:

Lúcia disse...

Pois é isso: um céu cinzento pode ter abertas. Se quisermos. E se interpretarmos os sinais como pequenas luzes que ora acendem ora apagam. Mas estão lá. Dois momentos de luz permitiram-lhe ver um céu com abertas. Haja espírito aberto a isso, também. No seu caso, meu caro amigo, deixe-me que lhe diga (correndo o risco de parecer pedante, mas será a mais pura verdade o que lhe vou dizer) que os seus livros me têm proporcionado momentos desses. Mesmo com tão fortes e duras descrições como algumas do Mar Adentro (como já percebeu, até por um anterior comentário, foi uma obra que me marcou e que tenho sempre presente - por alguns motivos cuja explicação não tem sentido aqui - se calhar nem esta consideração - mas vá; segue).